quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Para gostar de ler

 
Para gostar de ler.



A Folha de São Paulo no caderno Ilustrada de sábado, dia 13 de novembro, sob o título acima mencionado, traz ao conhecimento de brasileiros, a auspiciosa noticia que nos vem do país vizinho, a Colômbia. Às voltas com altas taxas de criminalidade, problemas com drogas, produção, consumo e distribuição e inclusive com problemas de guerrilha entre os narcotraficantes e a população e o governo, nos brinda agora com uma bela e conseqüente ação de elevação da auto-estima e da valorização da cultura através da construção de mega bibliotecas na capital do país, Bogotá e na cidade de Medellin. Esta última conhecida como sede de uma dos maiores cartéis da droga no mundo inteiro.
A saída encontrada pelas autoridades colombianas e aprovadas e comprovadas pela população geral traz a espantosa cifra de 6 milhões de visitantes apenas na chamada Bibliored. O número de livros lidos por pessoa na Colômbia praticamente dobrou em uma década.
Programas de acesso à leitura como o "Palavras ao Vento" não se conformou a distribuir livros senão em publicá-los, com clássicos nacionais e universais. Desde Rubem Fonseca até Sófocles, na palavra do jornalista que assina a matéria , os livros são deixados em locais que vão desde as paradas dos ônibus, até repartições públicas, escolas com a seguinte afirmação: "Este é um Libro Al Viento, para que você o leia e para que muitos outros o leiam. Por isso, ao terminar, devolva-o e pegue outro".
Estes programas são supervisionados pela prefeitura local que teve a sensibilidade de pressentir que a violência é parceira da ignorância e que somente um livro, com a sua leitura é capaz de abrir mentes e corações.
Fica para nós o gosto amargo de ver a nossa linda Biblioteca Pública com sua beleza escondida nos tapumes, tendo o seu trabalho de restauração à passos de tartaruga e a perspectiva de uma biblioteca moderna, com recursos tecnológicos e atraente a toda a população como uma miragem distante e inacessível. Esta é a nossa cidade que tem a mais bela Feira do Livro à céu aberto, mas que no resto do ano se vê privada de um local adequado para pesquisar ou apenas para ler. O prazer do contato com o livro e o gosto da leitura ficam apenas para poucos.

Nicéa Irigaray Brasil


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Nicéa Brasil
Idéias Mil - Comunicação & Cultura

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